Seminário Internacional: Família, Gênero e Gerações
26/11/2013
Eventos
O Objetivo
A proposta é discutir, da perspectiva demográfica, as relações entre família, gênero e gerações em diferentes espaços e temporalidades.
Nas sociedades ocidentais, de maneira geral, a família vem sofrendo profundas transformações, perceptíveis até mesmo ao olhar do senso comum. Entre elas avultam as mudanças de cunho sociodemográfico como a queda da fecundidade que, via de regra, encontra-se ou próxima de nível de reprodução ou bem abaixo dele (low-low fertility) ou ainda as mudanças verificadas na estrutura e composição das famílias, envolvendo transformações nas relações de gênero e entre gerações. Destaque-se aí o maior acesso das mulheres à educação formal em todos os graus e sua crescente participação no mercado de trabalho em todos os níveis ocupacionais (incluindo-se cargos de gerência e chefia). Tais alterações repercutem necessariamente na organização família, com a substituição crescente do modelo do provedor masculino pelo modelo do casal de dupla renda; pela aumento da autonomia feminina e tendência à maior equidade das relações de gênero que se refletem na disseminação dos domicílios de chefia feminina em todas as classes sociais. Por outro lado, a legitimação social das relações homoafetivas e as transformações jurídicas dela decorrente constitui sem dúvida, inovação expressiva nas relações de gênero intrafamiliares. Não se deve esquecer, porém, o aumento das uniões consensuais tanto nos países do hemisfério norte, onde elas eram pouco frequentes, quanto nos países latino-americanos onde, a partir do histórico confinamento nas camadas de menor renda, se espalham por todas as classes sociais.
Ao mesmo tempo, o aumento da esperança de vida (longevidade) associada à redução da população jovem remodelam as relações entre as gerações. Destaque-se, da perspectiva da família, as novas atribuições dos idosos, seja nos cuidados dos mais novos, seja na transmissão intergeracional de renda, seja na própria dinâmica entre pais e filhos, cuja convivência se estabelece em outros termos etários: pais e filhos conviverão mais tempo enquanto adultos, ao passo que as gerações mais jovens, cujo tamanho vem se reduzindo têm diminuída a disponibilidade de parentes da mesma idade.
Por outro lado, no plano dos valores e das ideologias, a valorização do individualismo nas sociedades contemporâneas envolve a redefinição das relações pessoais e familiares. O divórcio e o recasamento crescem continuamente, atestando que não se trata de desvalorização da família, mas sim de maior exigência de satisfação afetiva nos relacionamentos pessoais, de modo que estes não mais devem sobreviver à morte do amor.
Tais processos de transformação sociodemográfica, envolvendo ao mesmo tempo mudanças e permanência de padrões familiares que poderiam já estar presentes em nosso passado, se refletem claramente na pluralidade dos arranjos domiciliares nas sociedades ocidentais contemporâneas: o crescimento dos domicílios unipessoais, dos casais sem filhos, das famílias monoparentais, das reconstruídas, dos casais homoafetivos, da responsabilidade feminina pelo domicílio exigem reflexão profunda por parte de especialistas de diferentes países.
O Programa
Os convidados estão distribuídos em 07 mesas:
- Família, entre o passado e o presente
- Estado, Gênero e Família
- Envelhecimento e Família
- Família, Trabalho e Migrações
- Família: variações étnicas e culturais
- Família, Políticas Sociais e Nupcialidade
- Questões Metodológicas nos Estudos de Famílias no Brasil
Entre os convidados internacionais, já confirmaram presença:
Steven Ruggles - University of Minnesota
Peter McDonald - Australian National University
Emily Grundy - London School
Versão completa do programa, clique aqui.
Sua Inscrição
Para sua participação, faça download da Ficha de Inscrição, preencha e envie à Secretaria da Abep, através do e-mail: secretaria@abep.org.br.
Será fornecido certificado de participação.
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