Organização: GT Gênero e GT Trabalho

Se por um lado houve uma expansão na participação feminina no mercado de trabalho, por outro, a dinâmica doméstica segue praticamente inalterada, já que a responsabilidade pelo cuidado da casa, dos filhos e dos idosos segue como marcadamente feminina. Nesse contexto desigual, a articulação entre o trabalho remunerado e as demandas domésticas muitas vezes depende da contratação de empregadas domésticas. O emprego doméstico corresponde a segunda atividade econômica mais frequente entre as trabalhadoras brasileiras. Em meio à pandemia do novo coronavírus, seguindo recomendações internacionais, foram adotadas medidas de distanciamento social, que incluíram fechamento de escolas, universidades e manutenção, por meses, apenas de serviços tidos como essenciais. Do ponto de visto do trabalho doméstico remunerado e não remunerado, esse momento desperta diversas perguntas: o que tem se passado na dinâmica do trabalho doméstico e de cuidados no interior dos lares? Como está a vida das mulheres no trabalho remunerado e não remunerado?  Quais teriam sido as ações tomadas pelas famílias contratantes de empregadas domésticas? Essas ações diferem entre as ocupações das trabalhadoras domésticas (diaristas, empregadas domésticas, babás, cuidadores de idosos, etc)? Como os cuidados de idosos foram afetados? Como está as condições de trabalho e saúde de cuidadoras de pessoa idosa?  Nesse sentido, o objetivo da mesa é apresentar os resultados de três pesquisas recentes, aplicadas durante a pandemia da covid-19, que buscaram compreender questões referentes ao trabalho doméstico remunerado e não remunerado no contexto de crise sanitária.